'the cinematics' em som de fundo, o mar até onde o olhar consegue alcançar, a areia entranhada entre os dedos dos pés, o sol a queimar o rosto, os cabelos a esconderem o olhar, os ténis ali parados, sem pés dentro, o cpp dentro do saco, os lápis e as canetas guardadas, os óculos de sol postos.
onde estás tu, outono, que tardas em chegar? estamos no final de outubro e a praia ainda nos chama. ainda queremos correr descalços pela areia, ficar a 'torrar' ao sol como frangos no espeto, dar mergulhos no mar sem sentirmos arrepios de frio ao entrar. onde estás tu, outono?
e, neste fim de tarde, sem que o outono tenha dito olá! - mais parece o fim do verão ... -, com 'the cinematics' ainda a soar, olho o mar, cheio de barquinhos, olho a praia, cheia de crianças a correr, a brincar, a gritar, a rir, sinto os pés a pisar a areia e penso que tudo vai ficar bem. tudo vai ficar bem. e no meio de um sorriso, espontâneo, penso que, para além disto não há nada. e que isto, este pequeno momento, estas pequenas sensações, estas pequenas imagens, valem mesmo mais do que todas as palavras que eu consiga escrever...
o meu pequeno mundo... onde tudo acaba e começa e onde as palavras podem ser ditas...
domingo, 28 de outubro de 2007
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
'five minutes of everything'
abro a porta do carro.... o relógio marca oito horas da noite. o sol já abandonou o dia e a escuridão abraçou o céu. entro no carro e fecho as portas. procuro o cd na mala cheia. ligo o carro. espero uns momentos. faço tudo calmamente... é tarde, mas de repente não sinto pressa de ir para casa. não sinto pressa para ir para lado nenhum. mas não posso ficar ali.
acendo as luzes, ponho o cinto, ligo o ar condicionado, que lá fora começam a soprar os primeiros ventos do outono. fecho as portas e arranco. o pensamento longe da condução. vou metendo as mudanças automaticamente, como se não fosse eu a conduzir. vou seguindo o caminho tantas vezes percorrido que até já o carro sabe a rua em que tenho de voltar, a saída da rotunda, a saída da auto-estrada, o sinal que tem de esperar que fique verde antes de avançar.
o conta-quilómetros diz que eu já fiz quase trinta e quatro mil e oitocentos quilómetros e eu nem noto. o tempo passa tão depressa... o hoje ainda não é e já está a ser amanhã. e o amanhã ainda não chegou e já está a terminar... olho lá para fora e não sei o que pensar. se nos processos que me esperam na segunda, se nas diligências que vou ter de fazer, se no turno que vai começar. olho lá para fora e sei que só penso numa coisa. mas tento, a custo desviar o pensamento. faço todos os possíveis, todos os impossíveis, faço o pensamento dar nós e esquecer que aquelas ideias existem, que estão ali encurraladas.
aumento o volume da música. tento imaginar uma parede bordeaux ou azul ou amarela ou mesmo cor-de-laranja, mas não surge nada. a minha mente aparece agarrada apenas àquele pensamento, como se nada mais existisse para além dele. tento concentrar-me na condução, mas nem isso. ponho as mãos no volante, aumento a velocidade. olho lá para fora e não consegui ver para além... e no ar soam as palavras tristes a dizerem, como um apelo... ou uma súplica... 'give me please five minutes of everything'... e eu, que vou tentando controlar-me, esquecer-me, concentrar-me, inspiro profundamente, faço um sorriso gigantesco e forçado, e começo a cantar...
acendo as luzes, ponho o cinto, ligo o ar condicionado, que lá fora começam a soprar os primeiros ventos do outono. fecho as portas e arranco. o pensamento longe da condução. vou metendo as mudanças automaticamente, como se não fosse eu a conduzir. vou seguindo o caminho tantas vezes percorrido que até já o carro sabe a rua em que tenho de voltar, a saída da rotunda, a saída da auto-estrada, o sinal que tem de esperar que fique verde antes de avançar.
o conta-quilómetros diz que eu já fiz quase trinta e quatro mil e oitocentos quilómetros e eu nem noto. o tempo passa tão depressa... o hoje ainda não é e já está a ser amanhã. e o amanhã ainda não chegou e já está a terminar... olho lá para fora e não sei o que pensar. se nos processos que me esperam na segunda, se nas diligências que vou ter de fazer, se no turno que vai começar. olho lá para fora e sei que só penso numa coisa. mas tento, a custo desviar o pensamento. faço todos os possíveis, todos os impossíveis, faço o pensamento dar nós e esquecer que aquelas ideias existem, que estão ali encurraladas.
aumento o volume da música. tento imaginar uma parede bordeaux ou azul ou amarela ou mesmo cor-de-laranja, mas não surge nada. a minha mente aparece agarrada apenas àquele pensamento, como se nada mais existisse para além dele. tento concentrar-me na condução, mas nem isso. ponho as mãos no volante, aumento a velocidade. olho lá para fora e não consegui ver para além... e no ar soam as palavras tristes a dizerem, como um apelo... ou uma súplica... 'give me please five minutes of everything'... e eu, que vou tentando controlar-me, esquecer-me, concentrar-me, inspiro profundamente, faço um sorriso gigantesco e forçado, e começo a cantar...
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
'it's raining again'
estou só. olho-me ao espelho e vejo a solidão abraçar-me. eu sei que aquela, ali reflectida, não sou eu. é a sombra do meu ser. não sou eu. não posso ser eu. não quero ser eu. mas a imagem do espelho é demasiado clara e límpida para ser diferente daquela que eu vejo. fecho os olhos. não quero ver. não quero saber. não quero, não quero. pareço uma criança pequena que bate o pé quando as coisas não são do jeito que ela quer.
estou só. sinto-me demasiado só. sinto que perdi uma luta, se é que algum dia estive na corrida... sinto que perdi a batalha para deixar esta solidão... e afundei-me neste mar de sombras e sonhos perdidos... afundei-me num mar de pesadelos incessantes e assustadores.
abro os olhos e volto a olhar o espelho. digo a mim mesma que aquela que ali está não sou eu. eu não choro quando as coisas não acontecem como eu quero... eu levanto a cabeça, faço um sorriso e tento mais uma vez... e aquela que está ali, reflectida naquela pedaço de espelho, não sorri, não levanto a cabeça... aquela que está reflectida no espelho não contem as lágrimas, nem levanta a cabeça para enfrentar o próximo obstáculo... e eu não sou aquela. eu não desisto à primeira tempestade, ao primeiro abanão do barco...
olho o espelho e sinto a solidão... demasiada solidão para uma pessoa só... ou a minha companheira para a vida ???
vou à janela... as lágrimas ainda a correrem pelo rosto... lá fora o sol brilha. a chuva nunca mais vem... mas aqui dentro, aqui que ninguém vê, é só tempestade... sem bonança.
estou só. sinto-me demasiado só. sinto que perdi uma luta, se é que algum dia estive na corrida... sinto que perdi a batalha para deixar esta solidão... e afundei-me neste mar de sombras e sonhos perdidos... afundei-me num mar de pesadelos incessantes e assustadores.
abro os olhos e volto a olhar o espelho. digo a mim mesma que aquela que ali está não sou eu. eu não choro quando as coisas não acontecem como eu quero... eu levanto a cabeça, faço um sorriso e tento mais uma vez... e aquela que está ali, reflectida naquela pedaço de espelho, não sorri, não levanto a cabeça... aquela que está reflectida no espelho não contem as lágrimas, nem levanta a cabeça para enfrentar o próximo obstáculo... e eu não sou aquela. eu não desisto à primeira tempestade, ao primeiro abanão do barco...
olho o espelho e sinto a solidão... demasiada solidão para uma pessoa só... ou a minha companheira para a vida ???
vou à janela... as lágrimas ainda a correrem pelo rosto... lá fora o sol brilha. a chuva nunca mais vem... mas aqui dentro, aqui que ninguém vê, é só tempestade... sem bonança.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
'neon bible'
apago a luz. descalço as sandálias. ponho os phones nos ouvidos. fecho a porta. de repente fiquei só. de repente sorrio. de repente, eu, no meu mundo pequenino... a navegar. ando à procura do sítio onde colocar os pés sem molhar demasiado as calças... mas acabo sempre a tropeçar...
fecho os olhos. fecho-me em mim. quero que me encontres. mas não quero que me encontres assim. não quero que me vejas assim. não quero que saibas que tenho de fechar os olhos, fechar-me no meu mundo. não quero que saibas o meu truque. não quero que descubras de onde vêm os meus sorrisos. e as minhas lágrimas.
apago a luz. fecho os olhos. pouso a cabeça sobre os lençóis. está na hora de dormir. vou apagar a música. e dizer boa noite.
fecho os olhos. fecho-me em mim. quero que me encontres. mas não quero que me encontres assim. não quero que me vejas assim. não quero que saibas que tenho de fechar os olhos, fechar-me no meu mundo. não quero que saibas o meu truque. não quero que descubras de onde vêm os meus sorrisos. e as minhas lágrimas.
apago a luz. fecho os olhos. pouso a cabeça sobre os lençóis. está na hora de dormir. vou apagar a música. e dizer boa noite.
domingo, 21 de outubro de 2007
'encosta-te a mim'
[depois de uma noite de insónia... logo pela manhã não resisti a voltar a este meu cantinho... não tenho nada para escrever de novo... as palavras que deixei aqui ontem ainda ressoam dentro de mim... e tudo o que sinto está meio confuso... e eu sinto-me meio perdida, a naufragar em terra... talvez, por isso, me pus a ouvir esta música... ou não. mas ela estava a soar repetidamente aos meus ouvidos sem que estivesse realmente a tocar... daí que ela tivesse de vir parar aqui...]
'Encosta-te a mim'
Jorge Palma
Encosta-te a mim
nós já vivemos cem mil anos
Encontas-te a mim
talvez eu esteja a exagerar
Encosta-te a mim
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou
deixa-me chegar
chegado da guerra
fiz tudo p'ra sobreviver
em nome da terra
no fundo p'ra te merecer
recebe-me bem
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói
não quero adormecer
tudo o que eu vi estou a partilhar contigo
o que não vivi hei-de inventar contigo
sei que não sei às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Enconsta-te a mim
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim
deixa ser meu o teu quintal
Recebe esta pomba
que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada
seja como for...
Eu venho do nada
porque arrasei o que não quis
em nome da estrada
onde só quero ser feliz
Enrosca-te a mim
vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem bomba
quero adormecer
tudo o que eu vi estou a partilhar contigo
e o que não vivi um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
quero-te bem
Encosta-te a mim...
sábado, 20 de outubro de 2007
'closer'
faço tudo para me esquecer. lavo os dentes, dobro a roupa, arrumo as coisas, bebo água, dou duas voltas pela casa. mas depois acabo aqui. a sentir o peso e o cansaço de uma noite mal dormida, de um dia entediante. acabo aqui, a olhar para os lençóis. acabo aqui, onde todos os dias terminam... e depois, porque as mãos e a cabeça nada mais têm com que se ocupar, venho para aqui, à espera que as palavras, misturadas com as lágrimas, me façam esquecer.
faço tudo para esquecer. até desistir... desistir de esquecer. e no meio das minhas palavras, de que nem tudo começa com um beijo... mas podia terminar... as lágrimas, num segundo, não se contêm em cair... e a música, que vai dizendo 'i never leave you, just need to get closer, closer' parece, de repente, demasiado ridícula... mas nem assim consigo sorrir...
faço tudo para esquecer. até desistir... desistir de esquecer. e no meio das minhas palavras, de que nem tudo começa com um beijo... mas podia terminar... as lágrimas, num segundo, não se contêm em cair... e a música, que vai dizendo 'i never leave you, just need to get closer, closer' parece, de repente, demasiado ridícula... mas nem assim consigo sorrir...
terça-feira, 16 de outubro de 2007
'dear darkness'
abro a janela. lá fora vive o mundo. mas eu esmoreço aqui dentro. congelo e descongelo. animo-me e desanimo-me. entendo e confundo-me. encontro-me e perco-me. vivo e morro. abro a janela para ver a vida passar lá do outro lado. para ver outras vidas caminharem, sem direcção e sem sentido. todas em busca de uma qualquer coisa que embeleze as suas vidas. à procura sem encontrarem.
abro a janela. lá fora o sol aquece. o sol come a cor da toalha pendurada no estendal. o mundo passa lá fora. e eu, deste lado da janela, onde o sol não entra e em que se ouve uma voz entoar 'dear darkness, dear darkness', vou tentando encontrar o caminho para chegar lá fora, poder ver a luz do sol e andar também, no meu passo mais descontraído, à procura de não sei o quê, sem qualquer esperança de o encontrar.
domingo, 14 de outubro de 2007
'superstars II'
ligo a aparelhagem e carrego na tecla oito. já sei que a seguir vou ouvir o assobio e depois os primeiros acordes e, no fim as palavras 'your heart is broken and you don't seem to mind i guess it happen a little to many times, to many times'. não consigo deixar de carregar na tecla do volume. vou aumentando o som, devagarinho... até chegar o ponto em que os vizinhos me vão querer expulsar de casa... aí paro. e volto a aumentar.
tiro os sapatos e sinto os dedos pousarem no chão, um por um. depois ato o cabelo. e, como já não me consigo controlar... desato numa dança sem sentido. salto, levanto os braços, troco os pés, canto em altos berros, fecho os olhos e esqueço-me. esqueço tudo. esqueço tudo o que está para além desta música, da minha sala, da minha dança maluca. quero ficar presa a esta dança maluca por esta noite. ouvir vezes e vezes sem conta esta música e não me conseguir conter. não me querer conter. troco tudo. os braços. as pernas. abano a cabeça. solto o cabelo. dou uma gargalhada. e não me contenho. não estou aqui. estou além. estou aí. podia estar aí. ou não. ou podia estar acolá. mas a verdade é que não estou mesmo em lado nenhum... talvez esteja apenas nesta dança amalucada que de repente me consome, me faz bem e me liberta. talvez esteja neste abanar de cabeça que eu não consigo controlar. ou neste fechar de olhos... ou na minha voz. mas, a verdade, é que não estou em lado nenhum... e mesmo esta canção, a minha dança esquisita e a minha voz desafinada não me fazem sair deste chão... que os meus pés sentem...
tiro os sapatos e sinto os dedos pousarem no chão, um por um. depois ato o cabelo. e, como já não me consigo controlar... desato numa dança sem sentido. salto, levanto os braços, troco os pés, canto em altos berros, fecho os olhos e esqueço-me. esqueço tudo. esqueço tudo o que está para além desta música, da minha sala, da minha dança maluca. quero ficar presa a esta dança maluca por esta noite. ouvir vezes e vezes sem conta esta música e não me conseguir conter. não me querer conter. troco tudo. os braços. as pernas. abano a cabeça. solto o cabelo. dou uma gargalhada. e não me contenho. não estou aqui. estou além. estou aí. podia estar aí. ou não. ou podia estar acolá. mas a verdade é que não estou mesmo em lado nenhum... talvez esteja apenas nesta dança amalucada que de repente me consome, me faz bem e me liberta. talvez esteja neste abanar de cabeça que eu não consigo controlar. ou neste fechar de olhos... ou na minha voz. mas, a verdade, é que não estou em lado nenhum... e mesmo esta canção, a minha dança esquisita e a minha voz desafinada não me fazem sair deste chão... que os meus pés sentem...
em segunda fila...
chego a casa tarde. rio-me de chegar a casa tarde. os olhos estão cansados, as pernas estão perras e os pés dizem-me que dancei demasiado. mas consigo rir-me. mesmo dos pés doridos, dos olhos que quase já nem consigo abrir e do facto de ser tarde, demasiado tarde.
deito-me sobre os lençóis e enrolo-me. de repente já não tenho vontade de rir. já não quero saber que é tarde e que cometi uma loucura. já não quero saber dos pés demasiado doridos nem da noitada. de repente os olhos já não estão cansados e o sono já não vem.
pego nos phones e carrego no play. a música inunda-me os ouvidos e eu fecho os olhos. no meio da escuridão, no meio da minha loucura, começo a chorar. e, no meio das minhas lágrimas consigo dar uma gargalhada. sei que a loucura de repente me apanhou... e, no meio do silêncio sem luz, misturado com o meu cansaço, as minhas lágrimas e o meu riso descontrolado, não consigo deixar de pensar em ti.
deito-me sobre os lençóis e enrolo-me. de repente já não tenho vontade de rir. já não quero saber que é tarde e que cometi uma loucura. já não quero saber dos pés demasiado doridos nem da noitada. de repente os olhos já não estão cansados e o sono já não vem.
pego nos phones e carrego no play. a música inunda-me os ouvidos e eu fecho os olhos. no meio da escuridão, no meio da minha loucura, começo a chorar. e, no meio das minhas lágrimas consigo dar uma gargalhada. sei que a loucura de repente me apanhou... e, no meio do silêncio sem luz, misturado com o meu cansaço, as minhas lágrimas e o meu riso descontrolado, não consigo deixar de pensar em ti.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
'an end has a start'
sento-me na borda do muro. estou à espera de ti mas tu não vens. já disseste que não vens. mas, dentro de mim resta uma esperança semi-morta que ainda acha que, por um qualquer milagre misterioso que nem eu própria entendo, tu vens. talvez por isso me sente ali naquele muro... nunca fui muito dada a esperar de pé. olho para os lados. ninguém. em frente. ninguém na mesma. ainda viro a cabeça para trás. mas é igual. de ti não há sinal.
sorrio. nem sei o que pareço, ali, sentada na borda do muro, à tua espera, que sei que não vens. tenho vontade de dar uma gargalhada, daquelas que se ouvem a dois quilómetros de distância, mas contenho-me. fecho os olhos por um instante. o sol dos últimos dias de verão a queimar-me a cara. o cheiro da relva que acabou de ser regada. lá ao longe, bem ao longe, o som da água a correr e das crianças a gritar umas com as outras. depois, alguém me toca. e eu, devagarinho abro os olhos e tu estás ali... às vezes, digo-te, tudo podia começar com um beijo...
sorrio. nem sei o que pareço, ali, sentada na borda do muro, à tua espera, que sei que não vens. tenho vontade de dar uma gargalhada, daquelas que se ouvem a dois quilómetros de distância, mas contenho-me. fecho os olhos por um instante. o sol dos últimos dias de verão a queimar-me a cara. o cheiro da relva que acabou de ser regada. lá ao longe, bem ao longe, o som da água a correr e das crianças a gritar umas com as outras. depois, alguém me toca. e eu, devagarinho abro os olhos e tu estás ali... às vezes, digo-te, tudo podia começar com um beijo...
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