segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

'praying for time'

diz-me
diz-me coisas
diz-me tudo...
olha-me
olha-me nos olhos
olha-me
diz-me
diz-me o que quiseres, o que não quiseres
o que te apetecer, o que não te apetecer
olha-me
e diz-me
o que te vai na alma, no coração
diz-me a primeira coisa
a primeira palavra
olha-me
e diz-me...
dizes que sim?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

'shadow of the day'

o meu mundo está à chuva. é uma tempestade que se aproxima e que eu não sei controlar. é o barco que anda meio à deriva no mar conturbado que é a vida, que é a minha vida. à chuva juntam-se as minhas lágrimas, daquelas que não consigo controlar e que se misturam. uma mistura doce e salgada. não penso em sorrir, nem em dar uma gargalhada. não penso em nada porque de repente só quero mesmo é ser invadida por esse nada.
o meu mundo está à chuva, à porta, à espera de um sinal para poder entrar, para poder avançar, para poder dizer alguma coisa. e eu, no meio do meu mundo, estou a apanhar com todas as gotas grossas, daquelas que me encharcam. e, no meio da chuva, ainda tento dançar...
o meu mundo está à chuva, à espera de entrar no teu coração. e, por entre os meus olhares brilhantes e os meus beijos, só espero uma palavra tua... que páre a chuva... doce e salgada em que, de repente, me envolvi...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

'somewhere over the rainbow'

é sexta-feira e não tenho quaisquer planos para além de ficar aqui a olhar para este ecran. podia pensar na vida, na minha vida. pôr as coisas cá dentro em ordem. mas será que isso é possível? posso dar uma gargalhada, pergunto-me. é que esta pergunta só pode ter esta resposta: uma valente gargalhada! acho que é esse o meu problema actual... esta incerteza. de como vai ser o dia de amanhã, ou o depois de amanhã. e como é que vai ser o dia de amanhã? e o depois de amanhã? e a resposta? nova gargalhada, na certa. sei que a minha vida está caótica e eu não consigo alcançar nenhuma solução para a salvar da anarquia e da selvajaria dos meus próprios sentimentos. daí que dê gargalhadas, atrás de gargalhadas. gargalhadas atrás de gargalhadas. que mais?
é sexta-feira e o meu programa é ficar aqui sozinho, a fazer o que quer que seja. é ficar sozinha... a ouvir uma série de músicas deprimentes, a querer pensar em todas as coisas, mas a voltar sempre ao mesmo assunto, às mesmas incertezas, a tentar descobrir alguma coisa no meio da confusão que isto se tornou. e o que é isto? isto é mesmo o quê? ainda não consultei um dicionário, mas sei que não vou conseguir encontrar a definição,,, mesmo que imperfeita, com falhas. não há definição. simplesmente. às vezes parece que... e outras está tão longe...
é sexta-feira e o programa de festas é escrever estas letrinhas sem parar. é tentar passar para o ecran as lágrimas que me queimam os olhos mas que, por todos os motivos ou por nenhum deles, não querem sair. e eu queria que elas saíssem. para respirar de alívio. para me conseguir libertar destas incertezas, destes medos, do que quer que se acumula em mim sem razão.
é sexta-feira na minha vida anárquica. e eu... estou só com as minhas gargalhadas...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

'nada'

acho que tudo mudou ali. pergunto-te: tudo mudou ali, não foi? mas tu também não sabes, como eu. limitas-te a encolher os ombros, a fazer o teu olhar mais baralhado e a ficar em silêncio. detesto que fiques em silêncio. de repente ando à procura de palavras para te dizer. não quero falar sobre o tempo, nem sobre as nuvens que começam a amontoar-se lá no céu, nem sobre o trabalho ou sobre as gaivotas que de repente fazem círculos continuados no ar. quero falar sobre nós mas não sei como dizer as coisas, se é que tenho de dizer alguma coisa. ficas em silêncio. não dizes nada. às vezes acho que fazes de propósito, só para ver se eu consigo resistir. só para veres se eu consigo ficar calada. e eu consigo ficar calada. mas não por muito tempo...
pergunto-te se tudo mudou ali. mas tu só sabes sorrir e dizer-me que não importa. e não importa mesmo. nada importa. nada mesmo. mesmo que a música que está a tocar não seja a minha preferida. mesmo que não esteja vestida com a minha camisa de eleição. nada importa. apenas este momento. só este, em que os nossos olhares se cruzaram...

[em fundo, jorge cruz, do novo álbum 'poeira']

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

'it means nothing'

Did we lose ourselves again?
Do we take in what’s been said?
Do we take the time to be
All the things we said we’d be
And we bury heads in sand

But my future’s in my hands

It means nothing
It means nothing
It means nothing
If I haven’t got you

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

'breathe in breathe out'

pego na almofada, aumento o som da música, apago a luz e fico muito quietinha, aconchegada em mim mesma. queria que estivesses aqui. a abraçar-me. queria sentir o bater do teu coração... queria poder estar em silêncio sem sentir a solidão que agora me consome. queria poder sobreviver a esta escuridão sem derramar estas lágrimas que agoram assomam aos meus olhos...
fecho os olhos. esqueço os ruídos. esqueço o mundo. e faço um sorriso. será que também estás a sorrir?