segunda-feira, 18 de agosto de 2008

'disco lies'

ponho os óculos de sol. para encobrir, esconder o olhar. para me esconder do mundo. para esconder o mundo de mim. estou de férias, mas não consigo separar-me desta sensação de tristeza... desta sensação de saudade... ponho os óculos de sol para me resguardar.
vim para aqui de férias... acabei mais perto. mais longe. acabei mais estranha. acabei mais silenciosa. mais reservada. quero rir-me. quero dar uma gargalhada maior do que o mundo. mas acabo aqui, sentada em frente do ecran a teclar furiosamente. venho até aqui para me acalmar. para pôr as coisas no seu devido lugar... para me lembrar e para me esquecer. venho até aqui... mas até isto me custa. tudo me custa. só consigo aguentar o silêncio... e um outro som... mas esse ainda não chegou... e eu continuo à espera...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

'it's the end of the world as we know it (and i feel fine)'

dou um passo em frente. um qualquer passo em frente. de certa forma vai ser sempre um passo em frente. um qualquer passo em frente, em direcção ao destino. ou a nenhum destino. nem sei. a verdade é que dei esse passo em frente. fui 'obrigada' a dar esse passo em frente. impelida pelo meu desejo inconsciente e subconsciente. na verdade, não podia ser de outra forma. há coisas que são assim. têm de ser assim e apenas isso. não há cá complicações, nem desejos meio que desperdiçados, nem o que quer que seja. no meu caso, tinha de ser. simplesmente porque tinha mesmo... talvez um qualquer cansaço se tivesse apoderado de mim sem que eu desse conta que ele existia... no fundo, eu sabia que tinha de ser assim... agora tinha de ser assim... sim, porque há coisas a que não podemos manter-nos eternamente ligadas... e eu não podia ficar eternamente em Setúbal. não era o que eu tinha traçado para o meu futuro... e eu já estou em falta com o meu futuro... ou será o meu futuro que está em falta para comigo? nem sei... às vezes acho que todos estamos em falta e nenhum sabe muito bem em que ponto ou relativamente ao quê... e depois andamos todos assim, a atirar a culpa para cima uns dos outros porque, como já dizia o ditado, a culpa morreu solteira porque ninguém a quis... e será que haveria alguém que a quereria?
dou um passo em frente... sei que é meio torto... vou sozinha. tu estás por aí, eu sei. mas falta... diria que 'falta um bocadinho assim', mas esse bocadinho é inantingível... e por mais que eu estique o braço, a mão, o corpo todo... não vou conseguir alcançar-te... e eu queria alcançar-te... é por isso que eu digo que é o fim do mundo... é o fim do mundo como nós o conhecemos... e será o fim do mundo como eu o conheço? ou apenas e tão só um novo princípio? nem sei muito bem o que isto é, o que podia ser, o que virá a ser...
vou dar mais um passo... ou não. encolho os ombros. ou não. faço o que me apetece. ou o que a minha alma pede que faça. ou não. vai tudo depender de amanhã. e amanhã o sol vai brilhar... sim, o sol vai brilhar... apesar de tudo, o sol vai brilhar... e que mais importa? (...)