quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

'kings and queens', thirty seconds to mars

quem disse que a vida podia ser fácil, enganou-se. quando estamos felizes aparece sempre qualquer coisa para destoar e para nos dizer: olha a tua sorte! estás feliz, mas agora toma um problemazito para resolver, e desenvencilha-te! é sempre assim. até parece que as coisas estão bem, mas andamos mesmo só a mandar as coisas para debaixo do tapete à espera que, ou o tempo as faça esquecer e as coisas possam voltar a ficar bem (o que equivale basicamente andarmos a mentir a nós mesmos) ou que alguém se decida a fazer alguma coisa (de repente tropeçamos no tapete e vemos que está tudo acumulado e depois é uma chatice, que está tudo ali, assim, debaixo do nosso nariz e não há nada a fazer porque os nossos olhos estão também ali). o pior em todos os problemas é eles envolverem pessoas. se não fossem problemas que envolvessem pessoas as coisas resolviam-se da melhor forma e tinham um fim. uma vez que os problemas envolvem pessoas, tornam-se mais difíceis de resolver. em primeiro porque as pessoas têm sentimentos (ainda bem! senão éramos todos robôs e era mesmo uma chatice!) e opiniões (sim, as pessoas têm opiniões para todo e qualquer assunto! mesmo que seja relativamente a assuntos sobre os quais nada sabem... ao estilo treinadores de bancada, que é uma modalidade muito apreciada pelo povo português). em segundo porque a pessoa que está do outro lado também tem sentimentos e opiniões. normalmente os problemas nascem porque essas duas pessoas têm opiniões diversas e, para mal de toda a gente, começam a chocar essas ideias e essas opiniões e tudo o mais e aí é que os problemas têm início.
sinceramente? não queria ter de resolver determinado tipo de problemas. simplesmente porque eles parecem estúpidos e ridículos e não têm sentido algum. e, claro, porque estou feliz e gosto. e os problemas irritam-me. e a irritação cola-se à minha pele, não sai e depois é o cabo dos trabalhos para voltar à base. por isso, gostava de ter uma daquelas borrachas milagrosas que apaga as coisas e que apagasse o meu problema. mas que o apagasse de vez, para não ter de pensar mais nele (sim, é preciso pensar nas coisas, e eu penso nas coisas... se bem que ao mesmo tempo as escreva). só que isso definitivamente não é solução nenhuma. e pessoa que se preze não vai andar a apagar coisas na vida só porque não quer lidar com elas e não lhes quer fazer frente. se estivesse na arena, enfrentaria o touro. claro que não me impediria de saltar para a bancada para salvar a vida, mas isso já é outra coisa. se estivesse na arena, enfrentaria o touro. e é isso que eu tenho de fazer. encarar as coisas de frente, pensar no assunto, pensar no que quero fazer e no que não quero fazer. agora, efectivamente, só depende mesmo de mim. porque finalmente o problema foi exposto e eu compreendi-o e antes eu apenas fazia suposições sobre o problema e sobre quais as razões de atitudes, comportamentos, condutas e tudo o mais. agora eu sei qual é o problema. e isso muda toda a perspectiva. e isso, parece-me que muda tudo.
só que, mesmo com o problema, continuo feliz. ainda que o problema me irrite, as pessoas me façam exigências, as coisas sejam diferentes e a vida seja outra. continuo feliz (e eu sei porquê. e porque é que não ia continuar a ser feliz?). e gosto desta nova fase, deste novo eu, disto de ter crescido e de ter novas perspectivas sobre o mundo, sobre a vida, sobre novas experiências que quero ir atrás. a verdade? não vou mudar. gosto desta minha nova vida, desta serenidade que eu criei para mim. e o problema, por mais que queira abalar-me ou mesmo mudar-me, não vai conseguir... porque, no meio da irritação, da dúvida, da tristeza e da incerteza eu vou trilhar um caminho e ultrapassá-lo, à minha maneira. sem borrachas. só com palavras. é assim que se resolvem os problemas.