domingo, 30 de novembro de 2008

'o porto aqui tão perto'

sexta-feira fui ao Porto. levantei-me às quatro da matina para apanhar um comboio que partia às seis (sim, de manhã as coisas são lentas e eu demoro algum tempo a arranjar-me) e lá fui eu. à aventura? sei lá! fui porque achei que teria interesse uma conferência que tinha sido planeada acontecer lá... as maluqueiras que a pessoa não faz para aprender umas coisas! ou talvez o meu subconsciente tivesse outras ideias (curioso... saíram todas furadas... é o subconsciente a pregar partidas a ele mesmo... hehehe! e a rir-se que nem um perdido, de certeza!!!)
se querem saber, apreciei a viagem para lá. ainda adormeci um bocadinho na viagem e acordei com as lentes de contacto a roçar os olhos, como que a dizer-me 'estamos quase a cair, toca lá a acordar, que isto já não são horas de dormir!! o sol já se levantou!'. o que me obrigou, obviamente, a ir tomar café à carruagem do bar (sim, que se eu vou ao Porto, pelo menos faço as coisas como deve de ser, e vou de alfa! comodidade a todo o custo... claro que depois o bilhete é de turística... mas olhem, a crise chega a todos!!). ora, esse passeio, até à carruagem do bar, foi um vaivém... esquerda, direita, um balanço aqui, um balanço acolá... pena que não havia ninguém giro no meio da carruagem, se não dava para fazer aquela coisa de... 'ai desculpe! sabe como é... é difícil a pessoa equilibrar-se...' e pronto! poderia ser o início de uma grande amizade... ou não. quem não tem cão caça com gato, não é o que diz o ditado?
bem... chegada à carruagem do bar, lá pedi o meu café! por favor! a moça por trás do balcão, a ler a caras. desculpem! a ver a caras (acho que aquilo não tem muita leitura... sim, pelo que eu vejo de cada vez que vou ao cabeleireiro, ao dentista... aqueles sítios em que é preciso fazer comentários horríveis sobre a roupa e o estado dos outros... sempre piores que nós, não é mesmo??). o meu café veio quentinho. ainda pensei em regressar ao meu lugar, mas mudei de ideias só de pensar na possibilidade de entornar café para cima de alguém (e essa era uma probabilidade de 4 em 5!).
bom... o resto da viagem fez-se entre o meu 'o jogo do anjo', o olhar perdido em pensamentos que não devia ter tido ou deixado aproximar da minha mente e... em menos de um ápice (quer dizer, foram quase três horas...) cheguei ao meu destino! cá estou. saída. umas perguntinhas. possa! parece que as pessoas aqui falam diferente?? que confusão! tentei apanhar o metro, mas dei comigo a tentar perceber a confusão de linhas em que se desdobra a rede... resultado, cá vou de táxi, que o tempo se está a esgotar!! lá encontrei o táxi, entrada, pedido: para universidade portucalense, por favor. e depois a pergunta do taxista, isso é para onde? era o que me faltava! eu, lisboeta, é que tinha que conhecer as ruas do Porto?? só podem estar a gozar comigo... nem as de Lisboa conheço, quanto mais as do Porto. mas depois de algumas dicas, que eu sou pessoa com amigos influentes, referi-lhe que achava que ficava perto do Hospital S. João (sim, aquele que é a alma gémea do Santa Maria... por dentro e por fora!!).
e pronto! o taxista ainda pensou em fazer conversa... umas palavrinhas de que confundia aquelas zonas e tal... quer dizer? a profissão de taxista não é isso mesmo?? conhecer as ruas, os melhores caminhos, evitar o trânsito e tudo o mais?? estas pessoas não se põe à noite, em frente do computador, a olhar atentamente o google earth para descobrirem os novos caminhos da terra onde trabalham?? é que eu estou sempre à procura do que saiu de novo para melhorar o meu trabalho. as novas teses, os mais recentes estudos e tudo o mais... eu acho que é o mínimo que se pode exigir a um taxista que tenha brio na sua profissão e não seja simplesmente um mero condutor!
mas pronto... percalços à parte, lá cheguei, a tempo e a horas. bem, já me esquecia que estas coisas nunca começam a horas... será que os portugueses têm relógios especiais?? bem... lá começou. lá acabou. não foi assim grande coisa. a verdade é que somos muito tacanhos. convidamos os grandes cérebros teóricos para nos darem lições. a verdade é que os teóricos vivem nos seus mundinhos e esquecem-se de descer à terra para experimentar se, na prática, aquilo faz algum sentido. se serve, basicamente. é que existem tantas teorias tão interessantes... mas, depois, vai-se a ver... e para que servem mesmo??? nada! e ora aqui está uma verdade!! pois... foi isso que aconteceu... uma série de pessoas a falar, muitas delas confinadas nos seus mundinhos teóricos. ora, eu estou aqui para aplicar a prática, meus senhores, como é? mas disso eles não falam. enfim... alguns anos disto e acabo por deixar de ir a acções de formação e de deixar de refilar por causa dessas coisas. alguns anos disto e acomodo-me... por enquanto, hei-de refilar e de dizer que não pode ser assim e tudo o mais.
ah! mas como foi a viagem ao Porto? quer dizer, não vi nada. esteve a chover quase ininterruptamente, daquela chuva que pinga com força e acabei num centro comercial, que é para não dizer que fui ao Porto e apenas vi a universidade portucalense! ora aí está! depois, lá consegui apanhar o metro... quer dizer, mais ou menos... aquilo para comprar um bilhete é preciso tirar um curso antes! a pessoa está habituada à facilidade do metro de Lisboa, que é básico... e depara-se com aquela confusão... então e agora é em que botão? dizem que quem tem boca vai a roma... foi o que fiz. ora bolas! as pessoas a quem perguntei também não tinham bem a certeza... olhem, se fiz asneira, perdoem-me, não foi por mal! a verdade é que não assisti a nenhuma palestra que me permitisse compreender a confusão que era aquela máquina. e eu só queria comprar um bilhete!!
voltei de alfa. atrasou-se, não sei porque razão. o frio a subir-me pelas pernas... onde é que eu tinha a cabeça quando decidi que ia de saia e de sapatos?? um sono a invadir-me... sim, que vim no último comboio... sabia lá a que horas é que terminava a interessante conferência!! a chegada após uma viagem interminável. as pessoas na plataforma à espera. parecia que o Porto não era já ali no outro lado. fiquei com a ideia que o Porto fica lá nos confins do mundo. mas o Porto não fica nos confins do mundo, pois não?? se calhar sim...
eu, de phones nos ouvidos, a ouvir não sei que música, dirigi-me à saída para apanhar a minha boleia. um novo dia começava. e os meus desencontros... esses, estão numa roda viva!

sábado, 22 de novembro de 2008

'the drugs don't work'

foi a miséria humana que esteve sentada na minha frente. a mais triste das figuras. o pior que possa ser um ser humano multiplicado por duzentos, trezentos, mil! foi o caos. sim, tudo isto esteve sentado à minha frente. faz parte da vida, da minha vida e da minha profissão.
e aquilo que esteve sentado na minha frente, em início de ressaca, em total fingimento, dizendo o que queria e referindo que se mostra todos os dias arrependido de ter os braços feitos em buracos, não era humano. era qualquer coisa que já tinha sido gente um dia e que agora o tinha deixado ser... feito em mil pedaços desconjunturados, sem ligação, sem tino, sem nada... sim, the drugs don't work... e ali, na minha frente... a prova. sim, que miséria, que vida de miséria... e que miséria de vida... se é que existe vida naquele pedaço de gente que de repente veio parar à minha frente...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

'these are days of our lives'

é assim! o que é bom é chegar ao fim do dia com aquela alma de lavagem final! mais uma carta fora do baralho... mil novecentas e noventa e nove aguardam-me!! assim são os dias da minha vida...!! uns melhores que os outros e outros maiores que outros... mas no fim... há sempre o gostinho... raios! estou cá para fazer mudar o mundo!! nem que seja à força...