domingo, 25 de novembro de 2007

'dream on girl'

ponho os phones nos ouvidos. preciso de escrever muitas palavras, mas todas elas ficam perdidas antes de se formarem. preciso de dizer muitas coisas, de escrever sobre o que me vai na alma, mas estou sem voz, não tenho a certeza se quero que as palavras fiquem aqui... para serem lidas por toda a gente e também por ti... e é disso que as minhas palavras sentem medo... de virem a ser lidas por ti... e é por isso que escrevo estas... porque sinto falta de escrever o que quer que seja, sinto falta de escrever aqui... e estas, que aqui deixo, sem sentido, sem dizerem nada, são minhas...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

'i know'

Eu sei. (será que sei mesmo?)
E tu? Será que sabes?
E queres saber?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

'the weight of the world'

London, 3, 2, 1... - A crónica de uma viagem

são cinco da manhã quando o despertador toca. não é inesperado e os meus olhos já estão abertos. a mala ainda aberta, à espera das últimas roupas. o porta-moedas, à espera de notas de outro país... ainda sinto uma certa vontade de ficar ali, debaixo dos cobertores, onde está quentinho, mas o bilhete ali... à minha espera, impele-me a deixar de lado essas ideias e a levantar-me.
demoro tempo a fazer as coisas de manhã. é sempre assim. o tempo é sempre curto para tantas coisas que há para fazer... faço tudo em silêncio... que ninguém diga nada. vou ordenando as ideias, as coisas para fazer, as compras a não esquecer. mas o silêncio impera. fecho os olhos, inspiro e sorrio. vou viajar.

chego ao aeroporto e começam as primeiras revistas. os braços abertos. o verificar todas as coisas. o 'muito obrigado' no final da revista. o passar pelo free shop sem comprar nada, só de olhos fixos no placard para ver em que porta é que tudo se inicia. a espera acontece. os olhares entre passageiros entrecruzam-se, cada um a tentar adivinhar os pensamentos uns dos outros, as ideias dos outros, as emoções dos outros. depois a voz roufenha ouve-se no fundo a dizer 'voo TAP 345, com destino a Londres, vai começar a entrada no avião'. as pessoas aglomeram-se em volta daquele balcão, mostrando os seus bilhetes e tentando ser os primeiros. onde está a ordem? as filas? ali ninguém quer saber! o que é importante é chegar lá... eu encolho os ombros e deixo passar toda a gente... não quero saber... vamos lá chegar todos, não é mesmo?

o tempo passa devagar dentro do avião. as pessoas entretém-se com as coisas que têm mais à mão. uma revista distribuída antes da partida, um livro que foi enfiado à força na mala, um livrinho cheio de sudokus ou sopas de letras para entreter o espírito e matar o tempo. eu tiro o meu livrinho, em inglês - a entrar no espírito e na onda de Londres -, as pastilhas e sento-me. ponho o cinto, encosto as costas bem na cadeira e tento espremer as pernas naquele espaço exíguo que nos permitem utilizar. ouvem-se as primeiras palavras do capitão. 'bom dia!' e as normais recomendações de segurança. não vejo nada. acho que seria capaz de repetir de cor todas aquelas indicações. será que alguma daria resultado em situação de emergência? olho para os meus companheiros de viagem e ninguém olha para os ecrans onde vão passando as imagens... 'faça isto, faça aquilo, depois acontecerá isto e cairão as máscaras e debaixo do banco está o colete de segurança'. não sei se nos deixámos de preocupar com a nossa segurança ou se, simplesmente, deixámos de acreditar que possa não ser seguro, ou melhor, que possa vir a acontecer alguma coisa em Portugal que ponha em causa a nossa segurança... andamos por aquela máxima (que estou a inventar??) de que somos demasiado pequeninos... aliás, como um de nós diria: 'quem é que nos quereria atacar??'

a viagem corre... não voa. demora. mas depois de umas duas horas, piso solo inglês. tenho imensas ideias... mas já só penso em ver os meus pequenos. os meus sobrinhos. ainda falta. só mais um pouco. mostrar o bilhete de identidade, dizer não sei quantos 'good afternoon', passar por outras pessoas também elas cheias de pressa, seguindo as indicações de 'bagage reclaim', apanhar a mala que roda na passadeira giratória e que traz presa a etiqueta com o nosso nome, dirigir-me para a ala do 'nothing to declare' e, finalmente, ver a luz.
saio lá para fora e, curiosamente, vê-se o céu azul e o sol brilhar. mas o frio aperta... aconchego o casaco, encolho-me toda... entro dentro do táxi que já está à minha espera e vou em direcção ao meu destino. ou será até onde o destino me quiser levar? nunca sei. mas também não interessa. faço um sorriso. estou em londres. será que o resto interessa?


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

'the whole of the moon'

o dia já acabou mas eu ainda tenho mais não sei quê para fazer. mais não sei quê que está pendurado desde não sei quando mas que o espírito ainda não conseguiu acabar. as palavras também não têm ajudado particularmente. e a vida? não tem sido também muito simpático no que a esse aspecto diz respeito... aliás, acho que a vida tem feito de tudo para me pôr à prova... e eu tenho caído em todas as pequenas armadilhas que ela me vai extendendo. aqui, ali, além.
o dia já acabou, as coisas para fazer ainda aqui ao lado, mas eu já estou meio deitada, com o sono à espreita, o despertador já alterado para tocar às cinco da manhã, uma mala semi-feita (o que quer que seja ter uma mala semi-feita...) e um olhar totalmente perdido. parece que a minha alma abandonou o meu corpo. ou o corpo é que disse adeus à alma?
o dia já acabou e eu sinto falta... de tudo. de tudo... e apesar da imensidão de palavras, seca-se-me o rio e eu não consigo dizer nada, pensar nada... nem abrir os olhos... nem que seja apenas para olhar para mim...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

'beloved one'

entro no carro. o cd a ser comido pelo rádio. a música a encher aquele pequeno espaço cheio de ar e demasiados pensamentos... ligo o motor, acendo as luzes, ponho o cinto. tudo tem um ritual, uma ordem natural. ponho a primeira, baixo o travão de mão e dou a primeira guinada no volante para sair do estacionamento. vou a caminho de casa. da minha casa. do meu 'lar doce lar'.
aumento o volume da música. esta é mesmo bonita. ainda tento cantar, mas em vão. para quê? os pensamentos saltitam demasiado para conseguir pensar na letra, na música, para conseguir cantar sem desatar a 'assassinar' a música... calo-me. sinto um arrepio de frio percorrer-me... não sei se é do frio que de repente parece que veio, se da tristeza que, sem motivo me invadiu... sinto vontade de fechar os olhos, de me enroscar toda, de não pensar em nada, nada, nada, nada, mesmo nada... mas não posso...
aumento outra vez o volume da música. volto atrás para ouvir tudo desde o princípio. os primeiros acordes, os primeiros sons da voz do ben, depois os violinos... à minha frente a estrada, sem fim, cheia de carros, cheia de pessoas com pressa de chegar a suas casas... e eu? será que eu sinto essa pressa de chegar a casa?

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

'the show must go on'

não tenho escrito nada. as palavras não me têm assaltado diariamente, a pedir para serem passadas para o papel, a queimarem os dedos e a gritarem para a alma. não tenho escrito nada. tento que teclara as primeiras letras, mas volto sempre atrás para apagar frases inteiras, ideias inteiras. volto atrás, uma e outra vez, sem perdão. fecho os olhos e nada. dentro da minha alma o som é só o da música. as notinhas todas seguidas, umas a seguir às outras, a voz da fiona apple, melodiosa... mas das palavras, nem sinal. a verdade, é que sem elas, sem as conseguir ouvir soar cá dentro, não consigo escrever...
é assim que as coisas funcionam... é assim que o meu pequeno mundo da escrita funciona... fica aqui à espera de que alguma coisa aconteça, como se se desse um click cá dentro e, de repente, sem parar, elas aparecem, mais rápidas que os próprios dedos que já começam a correr sobre o teclado que conhecem na sua totalidade...
não tenho escrito nada. dentro da alma é só o vazio... vazio das palavras, ainda que as emoções se incomodem, discutam e se tornem imperceptíveis... não tenho escrito nada, mas também não tneho tido vontade de escrever nada. às vezes é melhor assim... deixar as coisas chegar a um ponto em que não conseguimos perceber nada... mas também não queremos pôr-nos a pensar nelas, a racionalizar cada momento... afinal, a vida é cheia é de emoções...!!! e as palavras, onde ficam as palavras??? as palavras ficam onde elas quiserem... só estou à espera que me chamem, que se cheguem a mim, me digam o que querem, o que não querem e tudo o mais. só estou à espera que me gritem... para eu lhes dar voz... e fazê-las voar...?

domingo, 4 de novembro de 2007

'with or without you'


[no meio da nossa existência tentamos desesperadamente... mas de cada vez que nos parece que a solidão vai fazer-nos sorrir... vemos que o vazio continua ali... talvez por isso esta música... como se uma música dissesse mais do que todas as palavras que pudessem ser lembradas, pensadas e escritas...]


"See the stone set in your eyes
See the thorn twist in your side
I wait for you

Sleight of hand and twist of fate
On a bed of nails she makes me wait
And I wait without you

With or without you
With or without you

Through the storm we reach the shore
You give it all but I want more
And Im waiting for you

With or without you
With or without you
I cant live
With or without you

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give
And you give
And you give yourself away

My hands are tied
My body bruised, shes got me with
Nothing to win and
Nothing left to lose

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give
And you give
And you give yourself away

With or without you
With or without you
I cant live
With or without you

With or without you
With or without you

I cant live
With or without you
With or without you"
[e no meio da noite, com esta música ainda a soar ao meu ouvido e sem conseguir parar de a cantar repetidamente, pouso a cabeça nos lençóis, dou a mim própria um 'boa noite' meio sumido e... fecho os olhos...]