saio de casa. desço de elevador, numa de poupar energias para o dia que vem por aí. sei que não vai ser um dia particularmente cansativa, cheio de novidades, mas nunca se sabe quando as coisas dão as suas voltas e as pessoas nos pregam partidas. por isso, começo logo pela manhã a poupar energias. o dia está cinzento. o inverno parece que começa a aparecer e o vento já dá o ar da sua graça. eu? continuo a sair de óculos escuros, agora acomodados num rosto onde se vê um capuz de um casaco. que combinação! abro a porta do carro, enfio as coisas que andam comigo de um lado para o outro (eu, que ainda insisto em levar trabalho para casa!!), ponho a chave na ignição, tiro o cd de dentro da mala directamente para o cd player do carro, aumento o volume até chegar aos 40 e achar que a partir dali já não é conveniente para a minha saúde e a dos meus ouvidos (os outros?? quero lá saber dos outros!!) e depois é a ouvir... a bateria a subir... começo a bater com as mãos no volante, uma vontade de dançar percorre-me e eu esqueço que o meu nariz está esfolado, que as narinas andam a escorrer o dia inteiro e eu andar a tirar pacotes de lenços de papel da mala como se tirasse coelhos da cartola. esqueço-me que as pessoas até podem conhecer-me e canto a plenos pulmões, movo a cabeça de um lado para o outro e não resisto a tirar as mãos do volante para as passear entre a janela do passageiro e a minha.
depois, a música termina. mas vem logo outra vez a seguir... que eu sou uma rapariga prevenida e pus em repeat!
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