segunda-feira, 6 de outubro de 2008

'a kind of magic'

foi um dia sem fim, o de hoje. alongou-se, esticou-se, estendeu a minha paciência até ao limite e agora estou a vê-lo escoar-se no passar do relógio (as maravilhas das novas tecnologias do novo windows vista - desculpem-me a publicidade - fazem-me manter um relógio todo catita ali no canto superior direito do ecran. não olho para ele... tento não olhar. está-me sempre a dizer que os minutos já passaram, que as horas já passaram, que o tempo já passou...). foi um dia sem fim, ai foi sim. por isso é que agora, que finalmente parece que vai ter fim, eu precisava que ele esperasse mais uns minutinhos. é por isso mesmo que estou aqui... tenho muita coisa para fazer! e quanto mais se tem para fazer, menos se faz e menos se quer fazer! (acho que isto é um ditado popular, não?)
bem... mas onde é que íamos mesmo? ah! no dia grande que foi o de hoje! começou cedinho, como sempre começam agora as segundas. o som do despertador embrulhado com os sonhos, um 'que raio de som é este?' a vir à minha frente e, finalmente o 'ah!' da lembrança. sim, que isto de manhã vai tudo por fases e tudo seguidinho, sem alterações ou ultrapassagens. pode ser irritante, mas só consigo funcionar assim... agora, que dantes era ver-me sair da cama que nem uma seta e tudo o mais. agora parece que já sinto o peso das noitadas, do cansaço... é o peso da vida! infelizmente se tudo tivesse ficado apenas perdido naquele som confundível do telemóvel a chamar-me para o mundo dos vivos e a dizer-me 'tens de ir trabalhar! tens de ir trabalhar!', tudo teria corrido bem... o problema é que o dia estava apenas a começar...
não saí muito tarde de casa. eram sete e vinte. o sol ainda estava lentamente a subir ao seu trono e a iluminar o mundo e todas as pessoas. se há coisa que eu goste nestas segundas feiras de regresso ao trabalho é o facto de o dia começar com um passeio - ainda que de carro - ao pé do mar... se ao menos conseguisse recordar todas as imagens.... a ponte 25 de abril desaparecida e perdida entre o nevoeiro, ou transportada para ua verdadeira fotografia, quando o sol desperta por trás... é melhor coisa da minha segunda, esta pequena viagem. inspiro, respiro. sinto o cheiro do mar entrar-me pelas narinas e encher-me de uma sensação de estranheza e de conforto. sim, às vezes acho que só o mar é que me consola e conforta. embala e descontrai... e aqui, onde eu trabalho... cadê o mar?? acho que fugiu!!!
bem... lá voltámos outra vez a enveredar por outros caminhos... voltemos então ao dia. pois, mar, passeio, travessia, a2 e pronto! sim, a verdade é que eu fui efectivamente estúpida (as coisas são para ser chamadas pelos nomes, sim senhora!). sabia do acidente, sabia do trânsito, mas ainda assim... decidi arriscar por ali. pois, pois... diz-se que quem não arrisca não petisca. pois eu petisquei! quase duas horas de carro desligado, com a antena3 ligada a ouvir a converseta dos pontos negros sobre o seu cd que chega hoje às lojas (e que, por acaso deve ser fabuloso!! 'magnifício material inútil'... porque não?), a tentar perceber qual a asneira que tinha feito naquele princípio de semana... sim, porque dizem sempre que as asneiras que cometermos regressarão contra nós... seria o facto de não ter trabalhado o suficiente no fim-de-semana e de não ter feito tudo aquilo que pretendia??? pois... mas para isso está lá a consciência! e olha que essa é mesmo pior que um grilo!! fala de manhã, â tarde, à noite... está lá sempre e não me deixa um minuto em paz! às vezes acho que só precisava mesmo de um minutinho...
bem... mas onde é que eu ia? ah! nas duas horas à espera. obviamente que decidi que, já que teria que esperar, que pelo menos fosse aproveitando o tempo... pus-me a trabalhar, é claro! ler umas folhinhas, coisa pouca, que isto de trabalhar no trânsito também não dá com nada...!! depois, finalmente, lá foi aberta novamente a a2 e lá podemos nós continuar a nossa saga diária... disseram, pela rádio, que existia um acidente... mas foi com grande descontentamento que me desloquei pela área e não encontrei nem um vestígio que pudesse aguçar a minha curiosidade e para eu poder fazer as minhas contas matemáticas... ai! este aqui vai gastar à vontade uns €5000,00. sim, nós, condutores, somos do melhor a elaborar orçamentos de pintura e bate-chapas... e privarem-nos isso... estragou totalmente o meu dia! duas horas paradas, para quê??? para nada. fica inclusivamente a questão... será que houve mesmo um acidente??
bem... com acidente ou sem acidente, certo é que, a minha viagem, que era suposto demorar aproximadamente duas horas, demorou cerca de quatro, fazendo milagres à minha boa disposição e humor... o que umas horinhas enfiada no trânsito não fazem!! claro que ainda tive de parar na estação de serviço de alcácer do sal... (maldita bexiga!)
o resto da viagem, graças a Deus!, até que não correu nada mal... poderia ter sido melhor se os condutores portugueses não insistissem em seguir na faixa da esquerda em vez de circularem pela direita, que está completamente vazia. será que sofrem de claustrofobia à faixa da direita?? mas... realmente, o resto da viagem... é sempre o mesmo caminho, não... a saída curva da auto-estrada - porque será que as fazem sempre assim? - a mesma pergunta que me faço sempre que chego à saída - será que ainda não perceberam que esta estrada vai dar a uma cidade grande? acho que não fazem uma auto-estrada até Beja simplesmente porque não querem... sim, que trânsito não falta... malditos camiões!
mas como eu dizia, o caminho começa sempre assim... a curva, recta, chegada a santa margarida do sado. passar o rio, por uma ponte apertada e depois os 50 kms estipulados pelos sinais luminosos (e, claro, pela legislação!). passar pela população, ficar toda a gente que está na rua a olhar para o meu carro (qualquer dia começam-me a dizer adeus, de tantas vezes que passo por lá), depois vemo túnel da folhagem, como eu gosto de chamar, alguns quilómetros atrás do camião que não dá jeito nenhum e me faz entrar ligeiramente na faixa em sentido contrário só para eu ver se vem carro ou se posso fazer uma ultrapassagem em segurança. depois aparece figueira de cavaleiros, novamente os sinais - aqui é que já consigo passar despercebida... é menos gente na rua, a olhar para o dia de amanhã ou para o de ontem... que eu acho que eles não pensam ou sonham com o dia do futuro...
e, por fim! o meu cilo vê-se lá ao longe. sim, o meu cilo...
mas o dia ainda só estava a começar... um trabalho com prazo que terminava mesmo hoje... e que decidi à última hora que ia fazer. trabalho para amanhã que eu não estava à espera e que me disseram à duas horas que eu iria assegurar (será que já foi muito?), os pêsames que quase me foram ditos por via telefónica... (será que é vingança?) bem... verdadeiramente um dia em cheio! deve-lhe faltar qualquer coisa... ah! que eu me deite por esta altura... toma! vou ter que enganá-lo mais um bocado... sim, que há coisas que não escolhem dia nem hora... e para mim os telefonemas surpresa também não escolhem dia! será mesmo como diz o nuno markl??? tudo são coisas que acontecem?? às vezes acho que sim... outras, acho que são coisas que fazem com que nos aconteçam a nós. há uma diferença! não sei qual... mas existe!

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