segunda-feira, 31 de março de 2008

' feeling good'

chego a casa com a mala pesada. é tarde e já não sinto vontade de fazer nada para além de me estender no sofá, fechar os olhos e deixar-me levar pelo mundo dos sonhos. mas ainda consigo arrastar-me até à cozinha, lavar a chávena que ficou do pequeno-almoço engolido à pressa, abrir a porta do frigorífico e ficar a olhar para as prateleiras cheias de coisas que o meu estômago rejeita. e se fosse aquilo? não, talvez aquilo? mas o meu estômago vai dizendo não, não, não e não. não há forma de contornar a questão, a inexistência de fome a esta hora tardia e um frigorífico cheio de coisas apetecíveis para qualquer outro dia menos para hoje. sorte do estômago é que não consigo vê-lo. senão... talvez passasse a ser mais colaborador e menos picuinhas.
chego a casa tarde com vontade de cair em cima da cama, cobrir-me com o edredon, que à noite ainda faz muito frio, e esvaziar o pensamento de todos os dilemas. às vezes penso que não sou capaz de não pensar em nada. há sempre qualquer coisa a passear no pensamento. às vezes duas. outras três.
chego a casa tarde. na televisão não dá nada de jeito. é uma série que repete pela quinta vez, um programa de debate que rebate os mesmos problemas, uma série de comédia sem graça nenhuma. dou um suspiro, faço um esforço, apago a televisão e, arrastando-me... conduzo a minha alma problemática até ao quarto onde, finalmente, pouso a cabeça sobre os lençóis e esqueço tudo... ou quase tudo...

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