domingo, 8 de março de 2009

'i still haven't found what i'm looking for', u2

foi surreal. é este o adjectivo para aquela infinidade de perguntas. no meio de tudo esqueci muita coisa. e achei curioso o facto de me ter esquecido dessas coisas. será que o meu subconsciente quer eliminar essas recordações? será que, de algum modo, o meu subconsciente quer afastar essas memórias? não sei. talvez fosse só da pressão... de ouvir tantas perguntas seguidas, ou talvez fosse do cansaço... ou mesmo das recordações que pretendem esquecer-se ou não ser recordadas.
de todas as perguntas... achei curiosa a de como será um dia perfeito daqui por 10 anos. não sei o que será a minha vida daqui a 10 anos. sinceramente, não sei. foi isso que disse. mas a pergunta continuava na mesa... e depois foi uma infinidade de questões que foram sendo colocadas pela minha própria mente. será que não tenho projectos para o futuro? ou será que os meus projectos para o futuro foram sendo tão alterados, que neste momento se mostram irreconhecíveis? lembro-me de, num qualquer momento da vida, ter a ideia de que podia fazer a diferença. fazer a diferença no sentido de mudar o mundo, ajudar as pessoas, essa coisa toda. houve uma altura em que isso fazia sentido. desconhecia o modo como o faria, mas esse era o meu objectivo. e agora? que objectivos? que missão? o quê na vida?
acho que as coisas se tornaram mais simples. ou talvez eu me tenha tornado mais materialista. ou simplesmente tenha passado a ser uma pessoa descrente de tudo, de todos. ou se calhar tudo junto, tudo misturado. sinceramente? não sei. de facto, cansei-me de andar sempre à procura de razões para tudo. acho que foi isso.
mas ninguém vive sem perspectivas, ninguém vive sem objectivos. eu no futuro quero uma vida simples. quero ter tempo para ler o meu jornal enquanto tomo o pequeno-almoço, quero fazer alguma coisa que mexa com a vida das pessoas, que possa tornar-lhes as vidas mais agradáveis. talvez trabalhar na união europeia, quem sabe. ou fazer alguma coisa que implicasse convívio com pessoas de outros países.
e depois a eterna questão? e filhos? e marido? e casamento?
primeiro, não acredito em casamento. é por ver tantos a desmoronar. prefiro a ideia de união. pelo menos as pessoas permanecem juntas enquanto o 'amor' se mantém e separam-se quando ele já não existe. segundo, é um aspecto da minha vida que não consigo perspectivar...
quanto a filhos... será que eles aguentam o meu alheamento do mundo? a minha maneira de viver? será que eu própria aguento a minha maneira de viver? às vezes é essa a questão que eu coloco. será que eu conseguiria, neste momento, coordenar a minha maneira de trabalhar com um filho? e, de todas as vezes que essa pergunta ressoa na minha alma, vem com ela um não...
qual seria o meu dia perfeito daqui a 10 anos? acho que o meu dia perfeito não teria nada de especial... um dia normal de trabalho, talvez na União Europeia, com uma leitura do jornal e talvez uma massagem no final. depois um jantar com amigos, algum tempo de risota e o regresso a casa. só espero é que nessa altura ainda existam 'antony and the johnsons', para, antes de me deitar, ouvir e relaxar.

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